quinta-feira, novembro 30, 2006
Num estado de graça...
É claro que Minas são várias, muitas, infindas. A cada dia, uma diferente cai em cima de mim e estilhaça meu coração curupira. Ontem, colhi uma diferente nos cafezais do sul... Imponente, portentosa, bem às margens da represa que ilha meu coração banhado pelas belezas da Usina de Furnas. Em Furnas quando o sol se põe, acende em nós um orgulho mergulhado pelas coisas daqui.
Vou neste bandeirantismo solitário desvendando e revisitando o meu estado desenhado em tantos azuis. Ê Minas... é hora de ficar por aqui, viajar por aqui, me embrenhar em tudo que vi, li, ouvi e vivi...
Minas, palavra montanhosa, maravilhosa, dada em neblinas e coroada em frimas... Minas, mina de ouro, beleza e prazer.
Olhos
terça-feira, novembro 21, 2006
Poema inseto
Maritacas
Ouro Preto
Céu interior
domingo, novembro 19, 2006
Destino
Historinha
Já de noitinha,
saio para o campo
Colhendo pó de estrelas
E canto de grilos.
Vou colhendo um por um,
Calmamente.
Ora quando
Uma estrela cadente
Divisa o céu,
Ora quando
um grilo salta
para riscar a noite escura.
Cada um ao seu modo,
Louvando o inesperado.
Depois de muito me deliciar
E a palma da mão cheia está,
Volto pra casa,
Pé ante pé,
Para nadinha perder.
Aí,
Ponho eles num cuitezinho estimado
E vou mexendo
Com uma pena de passarinho
Que o vento minuano me trouxe
De outras bandas.
Depois que tudo pronto está,
Aspiro profundo meu banho,
Que tanto gosto,
e muito anima minh’alma,
Que na noite fui colher.
Que fundo!!!
Aí fico banhando meu rosto,
Cabelos,
Corpo,
Tudo, tudo.
Até ficar assim;
Estelar,
Com canto de grilos
E astral de passarim.
terça-feira, novembro 14, 2006
O tempo é mesmo um Deus cruel...
Um passarinho menino
Ele era diferente. Conversava com o vento. Às vezes, sumia no redemoinho que se formava à sua volta. Outras, brincava com as folhas das árvores espalhadas pelo pensamento.
Tempo depois, quando não conversava mais com nenhum dos seus, começou a cantar e a se empoleirar no parapeito da varanda. Dizia ser passarinho. Até que um dia pousou no fio da antena e cantou a tarde inteirinha os trinados de tudo que é passarinho. Já ditardizinha, quando o sol se escondia por detrás do infinito, ele foi voando, voando, como se quisesse beijar o girassol do sol. Ele voava um vôo leve, macio, batendo apenas os braços e mexendo com as pontas dos pés. Foi indo, indo, até sumir, no amarelo do pincel que fazia colorido o azul do céu...
Ao meu amigo de todas as horas...
Deus acordou ao meu lado, depois de adormecer comigo. Cedo, bem antes do dia acordar as horas, bocejou-me o pensamento, pesou a mão sobre minhalma e soprou-me o coração... Fez-me o dia leve... tão leve quanto o canto do passarinho que ele presenteou-me bicando minha janela, para minha alegria acordar-me, incorporar-se mais cedo ao corpo cansado de tantas primaveras surdas, silenciadas nas horas perdidas e esquecidas dentro de mim... Depois olhou-me, com um olhar que só as mães têm quando querem abraçar o mundo e proteger os filhos de todos os mistérios da Terra. E foi-se embora, para ficar ao meu lado, todo dia, toda hora, fazendo luz à minha memória esquecida, perdida dentro de mim; viva no sem fim...
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