quarta-feira, agosto 18, 2010

Poesia; Fazei de mim a chama de vossa paz... Dai-me na delicadeza das horas, A centelha diária dos sonhos que não perdi. Fazei de mim Palavra sonora, Reboando pelos cantos Os tantos que cabem em mim E são frutos de ti, Metade vida, Inteira saudade...

terça-feira, agosto 03, 2010

Ela disse que era paisagem, Apontou o dedo E desfraldou a cidade. Esquinas em iguarias Além do surdo som das buzinas, O ar impregnado de tristezas e saudades; Vícios e vontades... No alto do edifício, Lá onde a vista não alcança E a luz do vento se faz sol que balança, Apenas uma flor desabrochou Na fresta do concreto armado. Desarmado, O tempo pousou na janela da primavera Querendo ser o instante também amado, Inesperado... Passou... A poesia chegou e ninguém notou, Faltou tempo, E os passos apressados, repetidos, solitários, calados e cansados, Compuseram a valsa do desencanto, Essa que o silêncio toca todos os dias, Quando em uma louca correria, Dançamos o inexplicável balé da vida...